Fotografias, esculturas, desenhos, esboços, frases, pratos, serigrafia e grafite. Todas as formas de arte têm passagem livre na arquitetura de interiores. Fundamentais nos projetos de decoração, os quadros e outros elementos para ornamentar as paredes tornaram-se protagonistas nos projetos de uns tempos para cá.
Há quem ainda prefira as composições mais simétricas, que dão um tom mais formal e clássico ao décor. Ou seja, aquela disposição de deixar os quadros penduradinhos, mesmo com diferentes tamanhos, no alinhamento impecável tanto na horizontal quando na vertical. Por outro lado existem os apaixonados pela assimetria, que transmite um ar mais moderno e descontraído, ideal para quem deseja ambientes mais despojados. Nesse caso, permite-se a união de molduras distintas tanto em formato, dimensões e cores, diferentes elementos e a mistura de técnicas.
Como a arte está aí para agradar a todos os gostos, o importante é apreciá-la. Veja algumas ideias bacanas para inspirar a sua ambientação em casa ou no escritório com quadros e outras formas de expressão.
A proposta deste apartamento de 40 m², assinado pela arquiteta Paula Carvalho, é destacar os quadros e as paredes decorativas. No loft, eles estão pendurados na paredes ou dispostos, apoiados, sobre alguns móveis, como aparadores e estantes. Espaço, funcionalidade e estética são os principais destaques do apartamento. “O quadro dá vida a uma casa. Costumo dizer que ele funciona como uma maquiagem. Gosto muito de misturar diferentes tipos de quadros e criar composições. Tudo bem equilibrado. Geralmente, vejo cada ambiente, as cores e o estilo de decoração e procuro, caso o cliente não tenha acervo, opções baseadas no que ele mais gosta, que podem ser abstratos, paisagens ou fotos”, conta Paula.
Composição com quadros coloridos e em preto & branco, com destaque para a escultura que adorna a mesa de apoio.
No home office, a parede lúdica garante a interatividade no dia a dia e harmoniza com a estante repleta de quadros.
(foto divulgação) Na Casa Cor SP 2017, o arquiteto e designer Léo Shehtman apresentou a Casa Grafismo e muitas obras de arte foram destacadas nos espaços. Na cozinha, esculturas e quadros se revezam sobre os armários e contrastam com o grafismo do papel de parede.
(foto divulgação) Com referência à pop-art, o papel de parede Halftone Degradê evidencia os quadros dispostos aleatoriamente no living criado por Shehtman. As obras de arte são das galerias: Lume, Espaço Arte, Studio 689 – Ugo Di Pace e Gabriel Wickbold.
Foto Lilian Knobel. Os moradores deste apartamento (foto acima), na vila Leopoldina, em São Paulo, desejavam um ambiente aconchegante e bem integrado. As duas grandes paredes do estar/jantar fizeram essa função. Os tijolinhos trouxeram o aconchego e unificaram os dois ambientes. A intenção de compor as gravuras e os quadros foi contar uma história, já que a família gosta muito de fotografar suas viagens. “As fotografias em PB valorizam mais o todo, ao invés de destacar uma gravura em específico. Como o apartamento estava numa paleta bem neutra, achamos que as fotos PB também ficariam mais elegantes para a paleta neutra prevalecer”, conta Fernanda Tegacini, sócia do escritório da Très Arquitetura.
Foto Hamilton Penna. No apartamento de um casal maduro na faixa de 50 anos, localizado no Morumbi, e ambientado pela arquiteta Cris Paola, os quadros ocupam toda a cabeceira da cama do quarto dos moradores (foto acima). “A brincadeira foi uma inspiração da proprietária que é artista plástica. A prateleira é em MDF. A montagem dos quadros foi feita a partir de sacolas de suas lojas preferidas, então, porque não transformá-las em quadros?”, conta a arquiteta. As molduras brancas foram essenciais, fizeram parte da decoração que tem o branco como elemento principal e as sacolinhas trouxeram a cor para o ambiente de uma forma inusitada.
Foto Julia Ribeiro. Ambiente assinado pelo escritório doob arquitetura com composições de quadros para um apartamento na Vila Madalena, em São Paulo.
Foto Luis Simioni. Segundo a arquiteta Ana Yoshida, não tem regra para usar o humor em quadros na decoração. “Ele entra em qualquer ambiente. Se ele tiver a ver com o perfil do morador ou o estilo da decoração melhor ainda. Vale puxar um gancho do uso de quadros na decoração, como o aproveitamento das cores do cômodo. Já para o bom-humor, dá para fazer uma ligação com o uso do ambiente, áreas sociais, como barzinho, por exemplo, ou locais de receber, são mais descontraídos e acaba sendo até mais fácil encontrar quadros com a temática”, conta ela, que assina o projeto do lavabo ao lado (foto à esquerda).A moradora deste apartamento, localizado no bairro do Itaim em São Paulo, é jovem, independente, solteira e ama moda. Por isso, a arquiteta Ana Yoshida propôs um lavabo mais descontraído. “Apesar de neutro, o cimento queimado é mais rico do que uma parede cinza simples. Isso porque tem manchas e nuances que são reveladas sob efeito de luz, é mais rico. Ainda assim, ele não briga, continua sendo um ótimo pano de fundo para receber algum recurso de arte, como esse quadro descontraído”, conta Ana.
Foto Raul Fonseca. Já a proposta, acima, da designer de interiores Adriana Fontana para a sala de jantar do apartamento de um jovem casal com dois filhos pequenos traz uma composição de quadros. Como gostam de receber os amigos, a preocupação era ter um ambiente moderno e aconchegante que se integra as principais áreas de convívio da família: sala, varanda e cozinha. As imagens dos quadros foram selecionadas mesclando temas da natureza, abstrato e paisagens, mas sempre dentro da mesma paleta de cores que migra do azul, cinza e branco. Pequenos toques de amarelo e uva entram para complementar e realçar a composição”, conta. De acordo com Adriana, ao preencher toda a parede com quadros, cria-se a sensação de um painel decorativo. “Este foi demarcado com a iluminação da sanca no teto. Também é a principal parede do apartamento e a primeira a ser visualizada logo de cara”, observa.