Da Redação
Dificuldades para dormir, birras para tomar banho e comer, dificuldade em ouvir um “não”, não querer ir à escola, essas são algumas das consequências da falta de limite na vida da criança, de acordo com a Dra. Carol Braga, Psicóloga Infantil e Familiar.
O limite é essencial na vida da criança, é a base para o desenvolvimento infantil saudável e para a instituição de valores que nortearão a vida adulta. Sem ele algumas situações podem tomar proporções indesejáveis e desagradáveis.
“Limite é mostrar até onde pode-se ir/fazer/acontecer. É importante para que a criança identifique seu “eu” e o outro! O não comprometimento e a não identificação da existência do outro são as principais consequências da falta de limitação” destaca a psicóloga.
Alguns pais encontram dificuldades em aplicar os limites na vida dos filhos, e de acordo com a profissional, os principais motivos para que isto aconteça são: a culpa e o egoísmo do adulto em não querer “ter trabalho” dentro daquela situação.
“Veja bem, é muito fácil fazer uma criança parar de chorar ou de fazer birra dando à ela aquilo que ela quer. Esse esforço de impor o limite por parte dos pais é essencial e irá poupar impactos negativos na vida da criança. A vida “lá fora” é diferente, nem sempre o indivíduo terá tudo o que quer, portanto é fundamental que aprenda a lidar com tais situações. Além disso, é preciso ter discernimento do que é bom e do que é ruim, e para isso, o limite é fundamental”, esclarece a profissional.
Não existe idade ideal ou situações específicas para a imposição de limites, estes devem estar presentes desde os primeiros dias de vida da criança através da rotina, o limite é e faz parte da vida! “Durante minha trajetória profissional presenciei inúmeras situações decorrentes da falta de limite, mas as que mais se destacam, e que os pais têm maior dificuldade, são relacionadas ao sono da criança e ao “presentear”, observa a psicóloga.
Pais, caso ainda não tenham estabelecido uma rotina para seu filho, estabeleça uma já! Para que os limites sejam instituídos mais facilmente, estabeleça regras dentro do dia a dia da criança, estipule horários e atividades.
Os questionamentos dos filhos vão existir, mas é extremamente importante que os pais sejam firmes e mantenham sempre a palavra. “Sempre digo que nunca devemos desistir de algo que podemos melhorar, porém, quanto maior o tempo que demoramos para tomar uma atitude, maior a cicatriz”.
Para os pais e futuros pais: “Busquem informação! Apenas com conhecimento é possível tomar “posse” daquilo que almejam para seus filhos”, ressalta a profissional.