Da Redação
Fotos: Luís Gomes
Um quarto infantil bem projetado atende todas as necessidades do bebê. Inclusive, aquelas que surgem de acordo com seu crescimento e curiosidade. Essa é uma das prioridades da arquiteta Ana Yoshida, do escritório Ana Yoshida Arquitetura e Interiores, quando ela recebe a missão de trabalhar um ambiente dedicado ao universo infantil.
É em torno disso que gira o método Montessori aplicado à decoração. Desenvolvido por Maria Montessori, é uma estratégia de educação que reflete na arquitetura de interiores do ambiente. Confira, abaixo, as dicas de Ana Yoshida para o desenvolvimento de um quarto infantil baseado no método:
1. Foque no essencial
Um dos charmes de ambientes montessorianos é como ele passa longe dos excessos. Brinquedos, roupas e móveis cumprem funções cada qual em seu lugar, sem encher completamente o espaço na tão característica baguncinha de criança. Com a quantidade e itens reduzida, o ambiente fica mais agradável e organizado. Além disso, a criança é poupada de estímulos em excesso, podendo focar nos pertences que tem à mão.
Nesse quartinho, um exemplo do bom uso por função é a poltrona de amamentação. Quando não for mais necessária, ela sai de cena, liberando espaço no chão para o menino brincar em frente à estante. Assim, ele terá acesso aos brinquedos nos nichos baixos – o que ajudará a desenvolver sua autonomia. Os demais móveis também tem linhas simples e minimalistas, que valorizam as cores e texturas do local.
2. Desapegue do berço
A independência do bebê é o principal pilar da linha Montessori, refletindo até na maneira como ele dorme. Os berços restringem o movimento, deixando o pequeno completamente dependente dos pais para dormir, entrar e sair da própria cama. A cama encostada no chão confere a liberdade necessária sobre a vontade de dormir ou não, sem a interferência dos pais.
3. Decore de acordo com o tamanho da criança
O estilo montessoriano foi solicitado pela mãe para esse quarto desde o início. O espaço é PP, criado com o desafio de ser uma redivisão da sala, que por sua vez foi ampliada. Apesar disso, as medidas são equilibradas – e pensadas exatamente de acordo com as necessidades da mãe e do menino. O armário, por exemplo, foi projetado para abrigar os cabides infantis, deixando-o menos profundo – e, por consequência, economizando espaço. O ajuste foi fundamental para melhorar a circulação e dar a sensação de amplitude.
O que é importante e permitido fica sempre à mão da criança nas prateleiras mais baixas. Assim, ela tem os itens essenciais ao seu universo ao seu alcance. Alguns quadros estão em prateleiras altas, mas muita arte também está à altura dos olhos do bebê, para que não só os pais possam vê-las com clareza.
Ana Yoshida Arquitetura e Interiores
Av. Morumbi, 1660, Jardim Guedala