Por Maria Cláudia Aravecchia Klein
Um cérebro em desenvolvimento absorve tudo o que lhe é apresentado e forma, no dia a dia, suas preferências, experiências e virtudes. Na primeira infância (até os cinco anos, aproximadamente), o contato com informações, sons, gostos e sentimentos é acolhido de maneira mais rápida, por isso a introdução dos livros nessa fase é primordial.
Nesse momento, a utilização das palavras, através da leitura de diversos meios, como jornais, revistas, panfletos, placas, informativos, propagandas, entre outros, didáticos ou não, deve ser estimulada por responsáveis e educadores. Atividades de leitura e compreensão são instrumentos essenciais para o desenvolvimento de habilidades mais complexas de pensamento, sendo uma das principais formas de comunicação e conexão entre as crianças e o mundo, auxiliando na ampliação do vocabulário, desenvolvimento da linguagem e do pensamento.
“É através da leitura e da reflexão sobre as histórias ou fatos que lhes são apresentados em livros, ou outros portadores de texto, que os alunos são incentivados a construir significado sobre o que leem, estabelecerem conexão com suas experiências próprias e outras leituras e, assim, conquistar novos conhecimentos e desenvolver habilidades”, afirma o diretor acadêmico da Maple Bear Canadian School, Peter Visser.
Para incentivar a atividade e despertar o interesse genuíno, Peter Visser indica propor temas de interesse dos pequenos e utilizar estratégias para ativar seus conhecimentos prévios sobre os assuntos, a fim de que estabeleçam conexão com o que é lido. “A adequação das propostas, para que ofereçam desafios em níveis adequados a cada estágio de desenvolvimento do leitor, também é importante”, ressalta o diretor acadêmico da Maple Bear. “Para todas as idades, perguntar e demonstrar interesse pelo conteúdo incentiva as crianças a valorizar não apenas o livro como o trabalho que o professor faz com ele em classe”, lembra Visser.
Despertando o interesse das crianças pela leitura:
– Escolher o livro mais adequado para a idade da criança;
– Levar em consideração a opinião do pequeno;
– Analisar o melhor local e horário para leitura (optar por ler em um momento e lugar tranquilos);
– Dar exemplo ao manter o hábito da leitura;
– Incentivar o pequeno a criar e imaginar histórias;
– Oferecer opções diversas, e apropriados para acesso livre;
– Conversar sobre os conteúdos e contextualizar ao momento atual ajuda na absorção da mensagem.
De leitor a escritor mirim
Desde quando o Bernardo, 7, era pequeno, seus pais, Adriana Pizzino Takamoto, comissária de voo, e seu marido, o professor de Química Ricardo Massao Takamoto, que moram em São Caetano, sempre leram para ele. Ou seja, incentivaram a leitura logo nos primeiros anos de vida. “Ele sempre foi fascinado por historinhas, livros e por esse momento da leitura. Isso acabou estimulando o lado criativo dele. Ele é uma criança extremamente criativa”, afirma a mãe do pequeno Bernardo.
Tudo começou com a contação de histórias. “Uma tarde, ele me chamou e começou a contar uma história com a encenação utilizando os próprios brinquedos dele. Eu achei tão legal que sugeri que ele escrevesse um livro. No dia seguinte, ele falou: ‘Mamãe!, você me falou que eu podia escrever um livro. Então, eu quero escrever um livro’. Ele pegou uma agenda com as páginas em branco que a minha mãe havia dado para ele desenhar e começou a escrever. No término daquele dia, questionei se ele já tinha terminado e ele me falou: ‘Ninguém escreve um livro num único dia, mamãe’, conta Adriana, completando que todos os dias ele chegava da escola e corria para o quarto pra continuar sua história.
Depois de uns dez dias de intensa produção, o livro estava pronto. “Era uma história elaborada por uma criança de seis anos, sem pontuação e regras gramaticais, mas super coerente, com começo, meio e fim. Digitei e mandei pro meu irmão que fez questão de diagramar. A minha prima, designer gráfica, que mora em Blumenau soube e por ser designer também ajudou, aperfeiçoou o trabalho. Por fim, com algo mais profissional em mãos, procurei gráficas e editoras para imprimir o livro, ou melhor, queria algumas cópias para a família”, lembra.
A mãe foi atrás de tudo para publicar, inclusive, do registro no ISBN. A partir dai, a diretora do infantil, a Stella Maris Guerra, ficou sabendo do livro e convidou, juntamente com o diretor geral Daniel Contro, o meu filho para uma noite de autógrafos nas dependências do colégio Liceu Jardim, onde ele estuda. A grande data está prevista para o mês de outubro. “Publicamos 200 cópias na primeira tiragem e várias pessoas que souberam do livro por intermédio de alguns grupos de mães do Facebook começaram a se interessar em comprar. Ou seja, já estou correndo atrás de mais cópias”.
Embora tenha feito todas as ilustrações do livro, Bernardo é tão visionário que ao final do livro ele abriu um espaço para que o leitor faça um desenho de como imaginou a história escrita por ele.
Quer encomendar o livro do Bernardo: Magos Vs Caçadores, da Editora Fontenele? Mais informações: (11) 96309-1219.