Por Maria Cláudia Aravecchia Klein
Os primeiros dias de agosto – do dia 1 ao dia 7 – serão marcados pela Semana Mundial de Aleitamento Materno. Segundo o Ministério da Saúde, a recomendação é que a amamentação se estenda até os dois anos de idade ou mais, sendo que nos primeiros 6 meses o bebê receba somente leite materno. De acordo com especialistas, o aleitamento materno é capaz de proporcionar benefícios importantes, a curto e longo prazo, para a vida da mãe e do bebê.
Consultoria de amamentação é uma “santa ajuda”
Antes de ter o bebê, segundo a Consultora Internacional em Lactação, IBCLC/IBLCE, e administradora da empresa Amamentar é Tudo de Bom, Fabiana Cainé, o mais importante é que a futura mamãe pesquise o máximo de informação possível a respeito da amamentação. “Muitas vezes, as dificuldades começam na Maternidade. Por isso, procurar uma consultoria durante o período hospitalar do pós-parto pode ajudar muito a mamãe. O atendimento personalizado nesse momento tão delicado faz a diferença”, explica Fabiana, que é farmacêutica de formação com especialização em gestão hospitalar e, completa: “Resumindo: a informação é o melhor remédio para se preparar para a amamentação!”
Desconforto ou dor? Muitas mães se deparam com essa situação no inicio da amamentação. “Pode ter inúmeras causas e na maioria das vezes estão relacionadas aos processos infecciosos causados pela pega errada. Isso se deve às posições ruins e o bebê não consegue abocanhar a mama, ficando apenas no mamilo, ocasionando bastante dor. A correção da pega e da posição da mão já facilitam em muito o processo”, orienta Fabi.
De acordo com ela, ao conhecer posições diferentes, a mãe consegue corrigir o manejo e amamentar com mais conforto, proporcionando uma pega correta ao bebê. Nesses casos, as dores cessam, os quadros infecciosos são tratados e novos recursos podem ser adotados para amenizar o problema, como as aplicações de laser para auxiliar no aceleramento da cicatrização.
“Uma posição que descansa muito a mamãe e não acarreta nenhum problema para o bebê é amamentar deitada”
De modo geral, segundo Fabi, a mamãe precisa de comida de verdade: arroz, feijão, carne, legumes, verduras e frutas. Uma alimentação balanceada e com todas as refeições fracionadas e nas horas certas. “Ao se alimentar de forma correta, a mulher vai dar conta de amamentar, afinal, gasta-se, nessa fase, 500 calorias a mais apenas com o ato de amamentar”, fala.
Quanto à prática de atividades físicas, Fabi recomenda uma conversa franca com o médico sobre a recomendação da modalidade de acordo com o tipo de parto e recuperação. “Outra coisa bacana é procurar um nutricionista e um profissional da área de Educação Física, para ter o suporte adequado e garantir energia pra tudo e suprir os gastos energéticos do esporte e da amentação”, conta.
Durante o período da amamentação, deve-se evitar o uso de chupeta, mamadeira e bico de silicone (ou qualquer outro bico artificial) e ofertar apenas leite materno exclusivo. Ou seja, nada de dar chás e água ao bebê, pelo menos durante os seis primeiros meses. “A produção do leite está totalmente relacionada à amamentação de livre demanda, pois o leite é produzido durante a mamada de acordo com a necessidade para saciar o bebê”, explica.
“O alimento complementa o leite materno. Então na fase de introdução das papinhas, não tem problema nenhum a criança querer mamar enquanto está comendo. O leite materno é o principal alimento do bebê até o primeiro ano de vida, ou melhor, até os dois anos, pois ele tem um valor nutricional, principalmente de imunidade muito importante”, salienta.
Muitos bebês com mais de um ano de idade ainda acordam de madrugada para mamar. Isso é bastante comum, embora deixe muitas mamães cansadas, principalmente àquelas que já voltaram à rotina de trabalho. “A rede de apoio da mamãe é essencial para a mulher sentir-se segura para tomar as melhores decisões em relação à amamentação do seu bebê”.
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