Mães especiais: Elas superaram dificuldades e hoje ajudam outras mães

09/05/2018
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Da Redação

O Dia das Mães está ai. Por isso, nada melhor do que publicar boas histórias de mães. As mulheres, que você vai conhecer hoje nesta matéria, enfrentaram dificuldades com seus filhos, mas deram a volta por cima e hoje levam auxílio à outras mulheres e crianças em condições muito semelhantes às vividas por elas anteriormente.

São perfis interessantes de pessoas que através da criação de entidades sociais, ajudam outras mães que passam por experiências e barreiras já vividas por elas. Exemplos de superação! Temos muito o que aprender com elas.

Mônica Xavier

Antes de ser mãe de três filhos prematuros e fundadora do Instituto Empathiae, Mônica Xavier é uma mulher disposta a mudar o mundo das mães de crianças com Síndrome de Down, ouvindo e amparando-as da melhor maneira possível.

O dia 05/06/2015 foi um dia decisivo para Mônica Xavier e para quem é mãe de crianças muito especiais. Nesse dia, foi fundado o Instituto Empathiae, que tem como objetivo acolher mães de crianças e/ou bebês com Síndrome de Down, ouvindo e validando as dores que elas sentem.

Para o instituto, “acolher” é dar um tempo para essa mãe parar, respirar, escutar-se e viver o luto. Segundo Mônica, é necessário “enterrar” o ideal de filho para olhar e aceitar aquele que nasceu e está ali de fato. Nesse espaço de tempo, o instituto já atendeu cerca de 40 mães com histórias emocionantes.

A primeira atendida, por exemplo, chegou a tentar o suicídio na época. Depois de muitas conversas e atendimentos, o emocional dela melhorou – e muito! Hoje, ela está bem e grávida do segundo filho. É uma evolução e tanto! Porém, só foi possível, pois alguém parou para ouvir e validar as dores dela lá trás. Ao limpar cada lágrima que sai dos olhos de mulheres como ela, o Empathiae constrói um relacionamento amoroso entre mãe e filho.

Contudo, os desafios para tudo isso acontecer ainda são grandes. Um deles é a falta de um espaço exclusivo para o atendimento às mães. Até o momento, a sede do Instituto Empathiae é a sala de jantar da casa de Mônica. Outra dificuldade se encontra na falta de voluntários que cuidem das crianças enquanto as mães aprendem a costurar e a fazer outros trabalhos manuais, cursos oferecidos pelo instituto. Além disso, as voluntárias capacitadas para o acolhimento não têm abertura para entrar nos hospitais e maternidades de São Paulo para ouvir, legitimar as dores dessas mães e dizer: “Eu estive no mesmo lugar que você um dia. Já tive os mesmos sonhos destruídos, mas eu descobri sonhos novos”.

Quanto antes esse atendimento for feito, melhor. É assim que as voluntárias conseguem dar às mães à esperança que elas perderam quando ouviram o diagnóstico dos médicos. Os desafios são tantos e tão grandes que superá-los se tornou o maior sonho da Mônica. O mais inspirador é ver que ela, em meio a tantos motivos para desistir, encontra forças todos os dias para continuar lutando pelo que acredita. Força, garra, vontade e compaixão a definem e a tornam uma mãe diferente e uma pessoa “especial”.

Carolina Videira

Ser mãe de uma criança com necessidades especiais não é nada fácil. Carolina, assim como tantas outras mulheres, sabe bem disso. Hoje, além de mãe, ela é fundadora da Turma do Jiló, uma associação sem fins lucrativos que oferece educação inclusiva às escolas públicas

Só quem convive com os desafios da diferença sabe o quão difícil é provar para o mundo que todos possuem potencial – basta uma oportunidade para a pessoa voar. Carolina Videira, quando fundou a Turma do Jiló, tinha este como principal objetivo: dar às pessoas com algum tipo de deficiência a chance de aprender, crescer e se desenvolver intelectual e socialmente. João, seu filho, é hipotônico e teve essa oportunidade mesmo com todos os desafios impostos. Mas e as outras pessoas na mesma ou em situações com necessidades parecidas?

Isso a motivou a fundar a Turma do Jiló em 2015, depois de estudar bastante sobre inclusão fora do Brasil. Turma, porque ela contou com a ajuda de alguns amigos para criar a instituição; e Jiló, pois esse é o apelido do João na escola. A associação sem fins lucrativos oferece educação inclusiva às escolas públicas de São Paulo por meio de programas de diversidade. No final de 2017, a turma já contabilizava 1600 crianças atendidas e 160 professores capacitados.

Devido ao esforço e à dedicação da equipe, eles começaram 2018 com um grande salto: o número de atendidos passou para 4200 crianças e mais de 300 professores capacitados. Os desafios de Carolina, seu marido e o pequeno João começaram bem antes da fundação da Turma do Jiló e não acabaram. Pelo contrário, depois de fundada a associação, eles só cresceram. Contudo, isso não foi motivo para Carolina desistir de sua missão.

Agora, por exemplo, o maior desafio é escalonar o projeto, conseguir atender mais do que as 5 escolas ajudadas até o momento e fazer isso no Brasil todo de tal forma que o grande sonho de Carolina se realize: de o Turma do Jiló deixar de existir por não precisar mais ensinar inclusão, pois um dia as crianças já nascerão sabendo tudo sobre o assunto. Carolina Videira representa a infinidade de mães na mesma ou em situação parecida.

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Família

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