Para a arquiteta Júlia Guadix, responsável pelo escritório Studio Guadix, as dimensões não implicam em empecilho para o décor buscado pelos proprietários. Pelo contrário! Por meio de um estudo detalhado e boas ideias, o morador pode sim ter a sala de estar dos sonhos para chamar de sua. Para evitar um visual sobrecarregado, elementos mais claros, objetos decorativos menores, plantinhas e o uso de espelhos são recursos que nos ajudam nessa tarefa”, discorre. Entre tantas opções, avalia-se a combinação entre os itens para que a aparência saturada não seja um desconforto.
1. As cores podem ajudar
Em salas pequenas, a paleta de cores claras é muito bem-vinda. “Nos projetos, sempre dou preferência para tons mais suaves e o teto branco é bem importante para refletir a luz e contribuir dentro do senso de amplitude”, indica a arquiteta. Essa referência também acompanha a escolha dos mobiliários: sofás de tons neutros abrem a possibilidade do ambiente incluir, pontualmente, cores mais escuras ou mais saturadas em outros elementos decorativos. Ainda assim, ela lembra que deve sempre prevalecer a busca pelo equilíbrio e a harmonia.
No estudo do círculo cromático, as cores transmitem sensações e percepções diferentes nos ambientes. Nesta sala de estar, a arquiteta Júlia Guadix elegeu o branco como cor predominante para a decoração da sala de estar. De maneira pontual, tons mais fortes entraram em cena por meio do tapete geométrico, que resultou em mais amplitude de espaço, os detalhes amadeirados e os pufes de couro| Foto: Guilherme Pucci
2. Espelhos são bem-vindos
Na física dos espelhos, eles se tornam aliados quando a arquitetura de interiores têm o objetivo de aumentar a impressão de tamanho e iluminação. A arquiteta explica que modelos de diferentes formatos e estilos são analisados individualmente para se encaixarem no projeto em questão. “Particularmente, gosto dos espelhos grandes, que acompanham a altura do chão ao teto. Para local de instalação, priorizo os pontos onde o morador não vai se ver o tempo todo, como circulações, halls e paredes que não reflitam diretamente o sofá”, orienta.
Com a eficácia dos espelhos para auxiliar na percepção de uma sala maior, nesse projeto a arquiteta Júlia Guadix adotou um espelho que reveste boa parte de uma parede| Foto: Guilherme Pucci
3. Fique atento com a iluminação
Em salas de estar pequenas, a iluminação não pode ser tratada como um mero detalhe. De suma relevância no propósito de conforto visual e elegância, o ponto central é responsável por distribuir a luz de maneira uniforme para todo o cômodo, podendo até ajudar na ampliação. Para um ambiente mais intimista, a iluminação indireta garante uma luz difusa e pontual, contribuindo para atmosferas mais aconchegantes.
Paralelo ao projeto luminotécnico, a arquiteta Julia Guadix salienta que a luz natural é imprescindível para o bem-estar e assimilação de uma sala mais espaçosa | Foto: Guilherme Pucci
4. Quadros para uma decoração personalizada
Com a falta de espaço, as paredes são verdadeiras aliadas. A composição de um gallery wall valoriza o ambiente e os gostos pessoais dos moradores e, para tanto, a dica da arquiteta é prestar atenção nas dimensões do quadro, já que ele terá relação direta com a área livre para sua colocação. “Uma peça muito grande precisa ser observada de uma distância maior, procure escolher obras que possam ser apreciadas dentro das dimensões do cômodo em que ela está. Caso contrário, fica desproporcional”, aconselha a profissional.
As paredes são boas alternativas para um décor personalizado, sem ocupar muito espaço. Na sala deste apartamento, a arquiteta Júlia Guadix seguiu com a ideia de pequenos quadrinhos que representam os eternos garotos de Liverpool e um pouco do estilo dos moradores. | Foto: Guilherme Pucci
5. Não esqueça do combo tapete e cortina
Cortinas bem posicionadas e que fazem sentido com o décor valorizam a parede e garantem beleza. Entretanto, o modelo errado entrega o oposto do esperado. “É um erro colocá-la apenas na área da janela. Quando não existe a possibilidade de instalar a peça do chão ao teto, dou preferência para uma persiana de modelo romana”, analisa. Em imóveis com esquadrias maiores, é possível considerar o uso da cortina por toda a parede, contribuindo com a ideia de continuidade.
Na mesma toada, o piso também é importante, por isso, um tapete bem escolhido também entrega sua colaboração. Além de um modelo mais extenso, a arquiteta recomenda que sua cor seja semelhante ao piso para não causar contraste. “Um segredo é trazer o tapete para debaixo dos móveis como sofás, poltronas e o rack”, compartilha.
Cortinas e tapetes também auxiliam na ampliação de espaço. Neste apartamento decorado pela arquiteta Julia Guadix, o elemento do piso setoriza a sala, deixando-a até mais larga | Foto: Guilherme Pucci
6. Não abra mão das plantas
As plantinhas sempre são bem-vindas, seja em ambientes grandes ou pequenos. Em uma sala de estar compacta, é fundamental eleger vasos com espécies que não ocupam muito espaço e que podem ser dispostas em prateleiras, móveis ou cantos das paredes.
Apaixonada pela beleza natural das espécies, a arquiteta Júlia Guadix sempre inclui as plantas em cantinhos propícios e que não atrapalham a circulação | Foto: Guilherme Pucci
Fundado em março de 2016 pela arquiteta Júlia Guadix, o escritório, que antes se chamava Liv’n Arquitetura, nasceu com o intuito de construir, junto aos clientes, projetos originais e personalizados, capazes de promover mudanças tanto no imóvel como no estilo de vida dos moradores. A troca de nome para Studio Guadix, planejada por Júlia e seu irmão Victor, que também integra a equipe, aconteceu em 2021. Mas o propósito da arquiteta segue o mesmo desde o princípio: entregar trabalhos que passem a ideia de conforto e modernidade por meio de um estilo simples, acolhedor e atemporal. Até agora, são mais de 30 reformas concluídas.
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