Recomeço: a difícil historia por trás da ultima enchente

15/03/2019
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Por Marcos Galinari (texto e fotos)
Meu nome é Marcos Galinari – eu sou fotógrafo e videomaker. O meu trabalho consiste em contar histórias, seja através da fotografia ou do vídeo. Já realizei diversos documentários aqui no Brasil e até fora, como recentemente na Índia.
Quando veio aquela chuva toda e ficou claro de que era algo bem fora do normal, eu vi que precisava fazer alguma coisa.
Meu pensamento imediato foi pegar a minha câmera e ir até o Bairro Fundação, em Sao Caetano do Sul, para ouvir as histórias dessas pessoas que foram atingidas pela enchente.
Pude ouvir histórias dramáticas de famílias inteiras que perderam tudo, de pessoas que estavam sozinhas em casa, idosos e empresários da região que tiveram suas empresas alagadas.
Apesar da tristeza que tomava conta das ruas eu pude ver também muita solidariedade por parte dos moradores que tiveram suas casas alagadas e que ajudavam seus vizinhos com situação mais crítica, além de munícipes da cidade que saíram de seus bairros e se mobilizaram arrecadando vários tipos de produtos.
Acredito, que dar voz à essas pessoas tão machucadas, tenha sido a minha pequena contribuição.
Sandra Felice Moreno, 41
Proprietária da empresa Mou Mousse em São Caetano do Sul
“Quando eu cheguei aqui estava um caos. Lama por toda a empresa, muita coisa perdida e eu confesso que nessa hora eu me desesperei e chorei. Há 32 anos com a empresa aqui em São Caetano e eu nunca tinha visto uma enchente como essa. O sentimento que eu tinha na hora é que eu não ia conseguir colocar mais nada no lugar, que tudo ia ficar daquele jeito e que a gente tinha perdido tudo. Agora é hora de tentar se reerguer e continuar.”

Francisco Expedito, 55

Morador de São Caetano do Sul há 15 anos.

“Parece um pesadelo. Num instante, aquilo, que você trabalhou e lutou para conseguir, está tudo destruído. Eu peguei meus documentos e foi só.”
Cremilda de Figueiredo Pacheco, 45
Moradora de São Caetano do Sul há 28 anos
“Eu estava sozinha em casa. A água subiu muito rápido e eu fui para a laje. Alguns vizinhos viram e jogaram um cobertor para mim. Eu fiquei escondida a madrugada toda tomando chuva e chorando debaixo da caixa d’água na espera que alguém pudesse vir e me tirar dali. Meu irmão chegou aqui pela manhã em um bote e eu pude sair. A gente consegue aos pouquinhos ir juntando e comprando nossas coisas e de repente perde tudo. O sentimento é de muita revolta e tristeza.”
Valdenir Araújo, 51
Há 15 anos mora em São Caetano do Sul. 
“O desespero é muito grande, eu já chorei muito. A gente fica sem saber o que fazer. Deus faz a gente ter força, erguer a cabeça e seguir em frente mas meu sentimento agora é de tristeza. Eu só sinto tristeza. Perdi tudo.” 

Marcos Galinari – Formado em Publicidade e Propaganda pela USCS, é fotógrafo, videomaker e documentarista. Diretor na produtora Blá Filmes, possui trabalhos realizados para diversas agências e marcas.

“Meu objetivo não é apenas registrar, mas sim, empoderar e dar voz às pessoas através de suas histórias. Esta é a minha missão e o meu propósito através da fotografia e dos meus documentários”

Marcos Galinari
11 9 8226-8723
marcos@blafilmes.com.br
www.blafilmes.com.br

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Família

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